domingo, 7 de agosto de 2011

três

Foram assim nos últimos meses, dei meu coração em cada esquina. Só mais um, é o que eu digo, afinal ninguém é igual. Vai um, vão três, vão pedaços do que já foi um coração.
Foi fácil para mim deixá-los ir pois na verdade eu nunca os tive.
Fingi, me segurei, me apeguei ao que não existia porque no fundo essa falta de interesse sempre me assustou. Procurei por sentimento e só encontrei recordações. Sofri em cada esquina como se cada um deles fosse o único mas a realidade era diferente. Era só a dor de não sentir nada. Nunca houve decepção porque não houve expectativa.
Não procuro nada já que só consigo ver os mesmos olhos em pessoas diferentes. Olhos estes que, por mais distantes que estejam, ainda parecem enxergar minha alma e encontrar algum sentimento que ainda resta e que eu sozinha não consigo encontrar.
Não há ilusão em pedaços do que já não existe.

Um comentário:

Letícia Araújo disse...

vish mony, você escreve muito bem! a poesia explorada na tristeza vem acompanha de arte. infelizmente, mas parece que é onde o nosso eu-interior mais flui. mas ainda espero que a alegria seja motivo de seus textos!
luv ya :*